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Deuses Do Anoitecer

AS Falésias     Todos os montes cobertos pela escuridão. Não se via um palmo a diante. As águas lambiam as vigas que sustentavam o cais. A escuridão engolia tudo em sua volta. De vez enquanto pirilampos piscavam clareando ao redor,as luzes azuis iluminavam uma boa parte, dava para ver peixes pulando fora d'água. Lá no horizonte, uma luzinha aumentava e aumentava, até que um barco veio se aproximando, aproximando e encostou no cais. Ancorou-se ao primeiro degrau da escada de madeira. Um homem desceu, amarrou-o a um mastro e subiu os degraus com uma maleta nas mãos. Caminhou pelo corredor com a lanterna iluminando por onde passava.       A porta estava entre aberta, ele desligou a lanterna, empurrou-a e entrou. Uma lamparina num canto da sala, a sua chama ia sendo movida pelo o vento iluminando o que se podia ver: — Achei que ia me deixar beber sozinho. — Disse Eli com a garrafa e dois copos4 na mão. ---O homem se sentou e não respondeu. Eli colocou o líquido nos copos e be
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Tinta De Jornal

           Tinta De Jornal                      By Camuccelli      Quanto mede uma anã? Irina é uma anã de quase trinta anos de idade. Trabalha vendendo bugigangas na esquina da rua principal do bairro aonde vivi na cidade de Niterói. Olhando para ela você vê uma mulher de mais de cinquenta anos de idade. É que pra ir trabalhar, ela se maquia feito uma mulher de mais idade. Se veste e fala como a tal. Na parte da tarde, se veste como uma adolescente, fala e agi como uma adolescente. Fez aula de fonoaudiologia para aprender a modificar a voz e imitar a quem quiser. Irina vai para o colégio a tarde, se passa por uma garotinha, fala e agi como a tal. É importante se lembrar sempre que Irina tem quase trinta anos de idade.     Rico, cujo nome é Henrico. Se apronta cuidadosamente, coloca  óculos escuros espelhados, se olha no espelho, ajeita a gravata rosa de borboleta. Pega a bengala dobrável, abre a porta e sai. Na maioria das vezes, Rico fica parado na esquina do bairro aonde mora na

Contrição

 Contrições  Talvez seja por causa das tetas, Do medo, Da vergonha ou da opressão, No caso do manto, A Santa entrou no tabernáculo, Descalça e faminta, Perguntando aonde ficava o altar, Talvez nem seja pelo medo da fanatisse, Do desencontro com o seu deus, Da surdez casual, Da desobediência e tal, Talvez nem seja isso tudo, O certo é que ontem choveu,  Não se via um pingo de dó, Se governasse, Era pra si, Por si,  E nem um conto a mais, Depois de se alimentar, A Santa deu um arroto e saiu, Talvez tenha encontrado o seu altar, Talvez.... By: Camuccelli

O Riso Que a Máscara Escondeu

                     Risos Que a Máscara Escondeu.                     By: Camuccelli                       Tia Cila acordou com a alma nublada. O dia anterior fora de dor e lágrimas. A vida não tem sido flambada  de ambrosia, o dia não sustenta maria-moles. O predador arrancara os brotos da flor antes que o sol tivesse tempo de se opor. A chuva não lavara ruas, nem o tempo teve tempo pra qualquer reação. Tia Cila incomoda não teve reação quando escorrera pelo vidro de pixels tá TV o fluxo avermelhado quase tocando ao chão.      O riso que as máscaras escondera ficará por dias, anos, camuflado feito  brilho de lua ocultado na espessa nuvem que a noite nublou. Se um estrela apaga, rastros de si refletindo no firmamento é o eterno mais forte que dor, que em si, dura minutos, mas que perdura de eternidade a eternidade. O riso não vê aplausos, não vê  agitamento, é feito espermatozoide querendo vingar, mas a parede plastificada o impede de seguir seu caminho, aí vem o estrangulamento

Morilongos

                         Murilongos  É a mistura de muriçoca com pernilongos.                          By Camuccelli       Com atraso de meio dia, ânimos agitados, nervos a flor da pele, gritaria e socos nas cadeiras tomavam conta do lugar. Na praça, milhares de olhos atentos não se desgudravam  mdo telão erguido no meio da multidão. Camelôs arnara barracas,haviam  carrinhos para vender alimentos. A imagem aparece no telão, aplausos, gritos e empurrões para chegar mais perto.         Dentro do salão, o presidente testava o microfone. Aí o pernilongo que aguardava no canto, foi chamado para dar início ao ato:--- Vou direto ao ponto----Disse ele-- Desculpem se houve atraso, é como em casamentos, faz parte. Estou aqui para dizer que é insuportável a situação em que vivemos. Inquietante e degradante. Não podemos conviver mais com isso. Passou de todos os limites. Não há quem suporte. Há de haver um jeito, um estudo. Temos que acabar com essa afronta e não só eu quem diz. Todas as famíl

Filhos y Netos

            Filhos y Netos                    By camuccelli       Depois de uma noite morna, há o depois. É no depois que mora a ilusão de sermos algo duradouro. E  há a inércia do contadito na efervescência da situação do supor. E nós, seres irrelevantes achamos que somos de algum valor. E nessa hora que tia Cila pensa nos animais e no que é real na transmissão do verdadeiro amor.    Ela descacava as batatas para o purê, já que o Peru marinava em cima do mármore da pia. Liú descacava e ajeitava as frutas. O celular em cima da mesa da sala toca. Tia Cila limpa as mãos e sai correndo para atender. Era chamada de vídeo:---- Há meu amor,é você? E o papai tá aí?....que legal! O meu presente já chegou né?... não precisa agradecer. Só espero que tenha gostado....sabe que não podemos. A vovó não pode ir aí. --- A voz embarga e ela diz:----- Fala da festa,A ceia.... que maravilha! Aí quando acordou tava lá na árvore....eu também,isso só é possível no ano que vem.... vou;vou sim. Fala mais da

Impaciência

                   Impaciência                                           By Camuccelli     Dia nublado, noite abafada, cheia de muriçoca. Tia Cila espera, e odeia o ato da esperar. Em hora nenhuma da tarde a amiga ligara. Ela, por opinião, ou coisa sem importância, também não liga. A gente é assim, se vinga, cavando o silêncio na ignorância da nossa própria intolerância. Nos jogamos no sofá com buracos no meio, coberto por uma colcha. Tia Cila não tem gato nem cão. O filho mora em outra cidade e é filho único. Com a estória da pandemia, é raro sair de casa, mas o filho liga para ela todos os dias e cobra , aí dela se não fizer o que ele manda, sabem como é filho dessa era: controlador. Ela anda da sala para a cozinha,da cozinha para a sala. Senta levanta,é uma agonia só. Olha para o celular em cima da mesa. Ele lá, apagado. Deita no sofá e estica as pernas no braço dele. Olha de novo para o celular. Muitos minutos depois, levanta, calça o chinelo e vai para a janela. A rua lá em bai

PARTE II

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