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Deuses Do Anoitecer




AS Falésias

    Todos os montes cobertos pela escuridão. Não se via um palmo a diante. As águas lambiam as vigas que sustentavam o cais. A escuridão engolia tudo em sua volta. De vez enquanto pirilampos piscavam clareando ao redor,as luzes azuis iluminavam uma boa parte, dava para ver peixes pulando fora d'água. Lá no horizonte, uma luzinha aumentava e aumentava, até que um barco veio se aproximando, aproximando e encostou no cais. Ancorou-se ao primeiro degrau da escada de madeira. Um homem desceu, amarrou-o a um mastro e subiu os degraus com uma maleta nas mãos. Caminhou pelo corredor com a lanterna iluminando por onde passava.
      A porta estava entre aberta, ele desligou a lanterna, empurrou-a e entrou. Uma lamparina num canto da sala, a sua chama ia sendo movida pelo o vento iluminando o que se podia ver: — Achei que ia me deixar beber sozinho. — Disse Eli com a garrafa e dois copos4 na mão. ---O homem se sentou e não respondeu. Eli colocou o líquido nos copos e bebeu o seu: - — Procurei um motivo, um quê qualquer. Já que vem numa hora que a gente não espera: –E isto aqui o que é? --Levanta o copo--Não me tome por estranho. Movemo-nos por vielas, lugares, vamos aonde o vento manda. Não somos donos de nós. Leva-nos a lugares sem tempo ou hora. É o que fazemos. Quem se predispõe não tem tempo nem hora, aguarda e faz. ---Eli se limitou a colocar outra dose no copo e não respondeu, o homem ligou o tablet. A sua luz iluminava tudo diante deles: — E o que é natural? – Perguntou Eli—Morrer ou lutar contra coisas bizarras? –O senhor se dispôs. Não o forçamos: — É fácil. Do ângulo que vê, é como beber algo ruim. --Eli disse as palavras olhando para ele que continuava tocando com o dedo na tela do tablet.  Desligou-o e disse: — Já vai amanhecer. A luz pode dificultar e impedir o barco de sair. Deve haver escuridão para a travessia. Está preparado? — Nunca estou. Que escolha eu tenho? Ele não respondeu e se levantou. Saíu.Eli apagou a lamparina e o seguiu pelo corredor de madeira. A escuridão continuava engolindo tudo. O homem ligou a lanterna e andou até chegar no barco.
   Um clarão iluminou todo o lago. Formou uma onda a cima da casa, semelhante a uma tela gigante.  Desceram a escada até chegar na porta do barco, entraram, o homem desceu até onde estava o moto e ligou-o. O barco foi se deslizando sobre a água, o vento soprando, não havia mais pirilampos. Uma onda gigante se formou e cobriu o barco que sumiu dentro dela. Imediatamente as águas baixaram, a escuridão voltou a tomar conta do lugar. As águas ficaram calmas com se não tivesse acontecido nada, os pirilampos voltaram a picar, os peixes a pular fora d'água.
      Laert corria procurando um lugar para se esconder. Com a camisa rasgada e o corpo suado. Parou em uma rua sem saída olhou para os lados para se situar. Pulou o muro que dava para a outra rua.
      A cidade do Sol ainda não se recuperara do que tinha acontecido.




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